Aliados veem jogo arriscado de Lula em subir tom contra EUA

Em Foco

20/10/2025 - 12:12:00 | 2 minutos de leitura

Aliados veem jogo arriscado de Lula em subir tom contra EUA

Ontem, em evento em São Bernardo do Campo, Lula disse que não vai aceitar que “outro país ouse falar grosso com o Brasil”. A declaração ocorre poucos dias após a primeira reunião entre Brasil e Estados Unidos para destravar a negociação a respeito do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. De acordo com interlocutores, Lula já havia defendido internamente que não se deve “baixar a cabeça” para os Estados Unidos e entende que a postura firme em defesa da soberania nacional elevou o Brasil na negociação. A primeira conversa entre Brasil e Estados Unidos, ocorrida na semana passada entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário americano Marco Rubio, apontou para um possível encontro entre Lula e Trump já nas próximas semanas. Havia expectativa de que eles pudessem se reunir em uma agenda comum na Malásia no fim do mês. Mas já se especula a possibilidade de outro formato para a reunião, dado o prazo apertado e a incerteza sobre a viagem de Trump ao país asiático. Lula, como informou a CNN Brasil, prefere que o encontro com Trump tenha um formato mais formal. O petista não se opõe à ideia de uma reunião na Malásia. Mas, se for para ser recebido nos Estados Unidos, Lula considera que o melhor seria uma agenda na Casa Branca. Ele chegou a se queixar explicitamente a interlocutores ouvidos pela CNN Brasil sobre a possibilidade de uma reunião ocorrer em Mar-a-Lago, resort do presidente americano na Florida. Se depender das expectativas de aliados do presidente brasileiro, o encontro só ocorrerá quando a negociação sobre o tarifaço estiver adiantada. A ideia é que os termos de um acordo sejam alinhados previamente, para que os dois presidentes possam formalizar um acerto.